Olhar falante
Faiscava inquietudes,
borbulhava curiosidades
Olhar brilhante

De lá, a certeza
de que seria
Um cuidador de olhos?

De lá, o menino serelepe
Anel dourado no dedo
Tinha dona, teria cabana

Menino desse mundo pequeno
Trazia calma
Alegrava a alma
Por quem andei no sereno

Queria ser pedra
Admirava Rocha

Menino com quem não saio
Nem em sonho
Nem ensaio
Menino da Rua do Laio?

Em meio a tanta meninice
Menino grande, menino doce
Menino-meiguice

Apreciava flor
Cantava canção de amor

Mas hoje, menino,
pensando naquela canção,
talvez esquecida,
hoje eu que te peço um favor
Apenas me responda:
_ Você ainda é aquele Brilhante-menino?