Cato. Quando encontro, conto no Recanto.

"Mas o que os sonhos sabem sobre limites?" Amelia Earhart 1897/1937

Meu Diário
15/03/2011 07h37
Meu querido,


Meu querido Diário deve estar meio brabo comigo, ou deverasmente aborrecido.



Perdoe-me, peço sua compreensão.



Perdi o hábito. Escrever em Diário é coisa que desde a adolescência não faço. Perdi o hábito, mas ai como isso faz falta, como ajuda, por menor que seja o traço.



Vou tentar recuperar, meu querido. Aos poucos, prometo. Cada pensamento corriqueiro, que seja estapafúrdio, de tudo farei, venho aqui e a ti remeto.



Há amigos que provavelmente estejam sentindo o mesmo que você, comigo aborrecidos. Também deles sumi, permiti minha entrega à roda-viva, uma coisa que às vezes a gente não prevê. Quando percebe, já está dentro, resta tentar reverter, se é que isso seja possível fazer.



Bom, meu querido, cá estou me despedindo, por hoje, por esta manhã ou por agora. A roda-viva está ali, agitada, acenando, me chamando ali fora. Vou atendê-la, não tenho opção; é isso, ou volto a dormir caindo no risco da estagnação.



Aguarde-me, é o que te peço. A mim, seja fiel, e isso a ti imploro. Como eu reagiria à sua traição, acho que não meço. Quanto às demais, não posso deter. Por uma ou outra apenas limpo o rosto, respiro fundo, reergo os ombros e sigo em frente, depois que choro.



Até breve, meu querido, até breve. Quero voltar em você, muitas vezes, Vez em quando que o caso seja leve.


Publicado por Lucia Sant ini em 15/03/2011 às 07h37
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